Categoria: Literatura

Alagoinha – Nossa Terra, Nossa História

Marcelo O. do Nascimento
A cidade de Alagoinha acaba de ganhar uma obra que muito engrandece a historiografia da região. Trata-se do livro Alagoinha: nossa terra, nossa história, do odontólogo escritor Erasmo Lumba de Oliveira com coautoria da pedagoga Lúcia de Fátima Inojosa. 
Fruto de décadas de pesquisa, o trabalho apresenta vários segmentos da história alagoinhense, das primeiras construções, passando pelas manifestações populares e pelas personalidades que marcaram seu dia-a-dia de outros tempos. Ele é estruturado em capítulos que abordam a geografia, a agropecuária, a religião, os povoados, dentre vários outros assuntos.

O que impressiona no livro, além de sua abrangência, é a riqueza de detalhes, como, por exemplo, no trecho em que os autores falam da história da antiga capelinha de Alagoinhas e da construção da atual matriz. A importância que se dá às minimidades é espantosa, o que poderia parecer insignificante não passou despercebido pela rica pesquisa, o que deu um colorido muito particular ao texto. 
É uma leitura empolgante e que vale muito a pena. Quem ganha com o livro é o povo de Alagoinha e região, que pode melhor conhecer e, assim, divulgar a sua história de forma embasada. Ganha também o pesquisador, que certamente conta agora com uma excelente obra de referência, um importante documento sobre o passado da bela e aconchegante “terra das pedras e das lajes”.



Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

O Livro da Criação da Vila de Cimbres (fragmento)



Poucos lugares têm o privilégio de contar com uma coleção de documentos tão importante como Pesqueira. Não pelo simples motivo de os mesmos existirem devido à idade do lugar, mas perincipalmente por terem sido salvos por séculos, como é o caso do Livro da Criação da Vila de Cimbres.

Volto ao tema Literatura para apresentar uma das mais fascinantes fontes primárias que se tem notícia na história local. Minha intenção em abordar tais livros é facilitar a busca dos eventuais novos pesquisadores por informações relativas à história de Pesqueira. Assim o fiz com Pesqueira e o Antigo Termo de Cimbres, de José de Almeida Maciel, e Ararobá Lendária e Eterna, de Luís Wilson. Naquela ocasião, procurei fazer uma explanação do que era possível encontrar naquelas obras. Já neste caso, tal tarefa se torna muito mais difícil, pois não se trata exatamente de um livro que trata da história de Pesqueira e Cimbres, mas de uma coletânea de documentos datados desde meados de 1700.

Nele, durante o período de 1762 a 1867, foram anotados os mais diversos documentos referentes ao município de Cimbres, primeiramente em sua fase de funcionamento na vila de mesmo nome e continuando, após 13 de maio de 1836, na povoação de Pesqueira.
O original do livro foi manuseado por vários pesquisadores pesqueirenses: Cazuzinha Maciel, Luís Wilson e outros. Creio ter sido, o manuscrito, o que de mais precioso tiveram em mãos quanto ao assunto história local.
Mesmo de tão grande valor, a ele nunca foi dado o tratamento merecido até que, por ironia, uma enchente o salvou.
Em 1977 o riacho da Baixa Grande invadiu o arquivo da prefeitura municipal pela terceira vez, conforme conta José Florêncio Neto. Com autorização do então prefeito Eutrópio Monteiro Leite, Florêncio pôs-se em socorro da documentação que fora organizada em 1865 por Zeferino Galvão. Ele conta ainda que conseguiu salvar, parcialmente danificados, além do Livro da Criação da Vila de Cimbres:
  • Atas da Câmara Municipal de Cimbres (1840-1856)
  • Livro de Qualificação dos Eleitores de Alagoa de Baixo (atual Sertânia)
  • Registros das matrículas da Escola Municipal de Pesqueira do sexo masculino (1900-1909)
Tão importante quanto aquele resgate, foi o interesse de Florêncio em dar início a uma demanda por tornar público aquela coleção de documentos de mais de 200 anos. Para isso contou com as orientações dos historiadores Nelson Barbalho, Luís Wilson e, entre outros, José Antônio Gonçalves de Mello. Este último tendo o aconselhado a proceder com a leitura paleográfica do texto original manuscrito.
Obs: O presente texto é o fragmento de artigo a ser publicado, em versão completa, no volume 2 da série Pesqueira Histórica.

Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

Lançado o primeiro volume do Pesqueira Histórica

Foi lançado o livro Pesqueira Histórica  – Volume 1, que reúne as minhas crônicas publicadas aqui no site entre os anos de 2010 e 2011. Elas foram adaptadas e acrescidas de notas de rodapé com informações que ajudam a esclarecer algumas dúvidas que ficaram em suas versões originais, essa é a novidade. 



Embora tenha utilizado regularmente a internet como meio de pesquisa e divulgação da história local, sou um  grande defensor das publicações tradicionais, em papel, pois ainda não vejo forma melhor de preservar o conhecimento para as futuras gerações. Seja como for, o livro ainda é um objeto desejado por muitos, que o preferem à tela do computador.
A orelha foi escrita por Marciana Nascimento, colaboradora do site.
Os interessados em comprar o livro podem fazê-lo pelo site Clube de Autores, clicando no banner abaixo, ou entrar em contato diretamente conosco pelo e-mail contato@pesqueirahistorica.com
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A História de Cordel de José Evangelista

Confesso que não conhecia o trabalho do cordelista pesqueirense José Evangelista. Apenas recentemente fiquei sabendo de sua obra, que é vasta e aborda temas variados. No entanto, há uma edição em especial que fala da história de Pesqueira. A novidade é o formato em si, nossa história contada por outro meio e com outra linguagem. O título é Pesqueira Terra da Graça, Terra do Doce e da Renda.
Capa da obra
Evidentemente não podemos dar detalhes diretos do texto, já que se trata de um trabalho de natureza artística – que deve ser lido e apreciado –, mas podemos dizer que José Evangelista conta histórias que cobrem vários períodos: a fundação de Cimbres, a fundação da fazenda Poço do Pesqueiro, a instalação da diocese, etc. As personalidades citadas também são muitas e vão de Manuel José de Siqueira e Dom José Lopes a nomes mais recentes como Luciano Veloso, Paulo Diniz e Chicão Xukuru. Há ainda nomes populares como João Catrevage e outros. E não só personalidades, mas também estão presentes na obra a natureza, a paisagem e os movimentos populares.
        
Para quem acha que o cordel foi esquecido, está aí João Evangelista para provar, com competência, o contrário. Além do contato com essa forma de arte, o que não tem preço, esta é a chance de ver a história de Pesqueira de outra forma, vê-la pelos olhos de um artista.
Oliveira do Nascimento
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Lançado o primeiro volume do Pesqueira Histórica

O site Pesqueira Histórica acaba de lançar um livro com a compilação das matérias publicadas entre 2010 e 2011. O texto foi adaptado para o formato impresso, mas não sofreu alterações radicais. Várias notas de rodapé foram incluídas com a intenção de esclarecer algumas dúvidas que permaneceram nas publicações originais.
Este é um marco na história do site e marca sua inclusão na área das publicações tradicionais.
O livro pode ser comprado pelo site do Clube de Autores (www.clubedeautores.com.br) ou pelo e-mail vendas@pesqueirahistorica.com. Comprando direto conosco e sendo você de Pesqueira, podemos entregar o livro pessoalmente, assim você economiza o frete.
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O Jeito Luiz Neves de Fazer História

Nessa busca incessante por material sobre a história de Pesqueira descobri os mais diversos tesouros, de todos os tipos. Há aqueles livros consagrados, que todo mundo fala, comenta, indispensáveis para qualquer um que queira se inteirar do assunto. Talvez os maiores exemplos destas obras sejam Pesqueira e o Antigo Termo de Cimbres, de seu Cazuzinha Maciel, e Ararobá, Lendária e Eterna, do Dr. Luis Wilson. De fato são dois livros dos quais não se pode abrir mão quando o assunto for a história local.
Foto: Pequeira Notícias
Os historiadores, mesmo os que historiam apenas por amor à terra, como é o caso dos dois mestres citados, se apegam demais a documentos e outras fontes formais, o que é natural e evidentemente necessário. Então se tem um texto sério, apurado, confiável, de qualidade histórica verdadeira. Mas ainda há aquele escritor que “brinca” de escrever, que observa os arredores, o que se passa nos bares, nas feiras, nas calçadas. Para alguns, a experiência de ler um texto como esse é como viajar no tempo e parar numa época não vivida, tamanha a vivacidade da história contada. Parece que era a gente que estava ali escorado na parede da venda enquanto um “seu Zé” qualquer entrava para comprar uma garrafa de cajuína ou um pacote de mata-fome. Dá aquela sensação gostosa de ver pela janela de casa as pessoas passando na rua, se cumprimentando com um “boa tarde” enquanto o Sol se prepara para descer em repouso depois de iluminar o dia. Esse é o sentimento que tive quando conheci a obra de Luiz Neves. 
Meu primeiro contato com suas crônicas foi com Pesqueira – Evocação Ano 100, que comprei assim, sem querer, e não consegui parar de ler até alcançar a última linha da última página. A parte sobre os tipos populares é particularmente impressionante, um trabalho sem par, carregado de extrema honestidade para com os personagens que trata. Estes são na verdade pessoas reais, cidadãos de uma Pesqueira de outrora, que o tempo, cruel como só ele, tem insistido  em querer apagar. Mas Luiz Neves, generoso conosco, conseguiu guardar um precioso pedacinho deles ali, dentro daquelas cento e tantas páginas. E eles estão sempre disponíveis a visitas, quantas vezes a gente quiser, basta abrir o livro em um dos capítulos onde eles “vivem”. É tudo muito real: o modo de vida, o jeito de falar, de se comportar. É um registro sem máscaras, sem mistérios ou adereços, que mostra o povo do jeito que o povo é.
Ele era um contista e tanto e muitas de suas crônicas são assim vestidas. Elas provocam emoções de todos os tipos. Entre outras, nós rimos além da conta com a história de Estambo de Arubú, que “escapou fedendo” de um de seus pitorescos trabalhos e nos surpreendemos demais com o fenomenal Maro Doido e suas “contanças” nas ruas de Pesqueira. Isso sem falar no episódio comovente de seu desaparecimento na tentativa de lutar pelo País na 2ª Grande Guerra. Só lendo para entender o que estou falando. São histórias tão bem contadas que conseguimos montar em nossas mentes seus cenários com facilidade. Elas fluem tão naturalmente que nos levam de volta a caminhar pelas ruas de terra da cidade, hoje desaparecidas, cobertas pelo asfalto da modernidade.
Nesta obra há ainda sua frase genial, a frase por qual eu vinha procurando desde o começo da minha existência como pesqueirista, a frase que me causa inveja por não ter tido a sensibilidade suficiente para criar: “Na realidade, Pesqueira é, numa síntese, o meu verdadeiro Brasil!”. 
Ainda achando pouco, ele deixa como presente para as futuras gerações, para os que estarão comemorando os duzentos anos de Pesqueira, uma carta tão emocionada que duvido que os olhos de um verdadeiro pesqueirense não queiram se banhar em lágrimas. 
Luiz Neves teve para Pesqueira uma importância impossível de ser descrita nestas tão poucas linhas, e não só no campo da Literatura,  já que foi também um respeitado homem da política. Mas reverencio sua memória neste momento especialmente em nome de pessoas simples que nenhum outro escritor parou para enxergar e dar a merecida importância. Ele foi um dos poucos a perceber que a história não é feita só de nobreza, de títulos e patentes. Graças a ele, homens sem nome se tornaram imortais.
Oliveira do Nascimento.
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Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

Ararobá, Lendária e Eterna

Retorno a tratar da literatura referente à história de Pesqueira. Esse é um assunto que não dá para deixar de lado. Embora tenha descoberto muito material interessante e desconhecido pela maioria, por enquanto vou me ater às obras clássicas, mais populares e fáceis de encontrar. E, sem sombra de dúvida, o livro Ararobá, Lendária e Eterna é um dos mais interessantes exemplares deste tipo.

Capa do livro, por Julio Gonçalves.
O livro é  trabalho de Luís Wilson, que era vilabelense de nascimento, mas cresceu entre Arcoverde e Pesqueira, onde estudou e mais tarde fez carreira como médico. Em paralelo estudava a história de suas duas terras. Assim, nos deixou uma grande herança de pesquisa e informações históricas sobre as duas cidades.

Para nós especialmente, Ararobá, Lendária e Eterna é sua obra mais importante. A edição é de 1980, da Prefeitura Municipal de Pesqueira, e representa mais uma das várias obras que foram levadas a público no ano do centenário da elevação da vila a cidade. São 457 páginas distribuídas entre 15 capítulos. A seguir alguns assuntos tratados em cada um deles:

Capítulo I: Trata dos primórdios da história cimbrense, algumas informações sobre a Capitania de Itamaracá e sobre a sesmaria ganha por João Fernandes Vieira. Trata também da Guerra dos Bárbaros e da Confederação Cariri;

Capítulo II: Apresenta o capitão Pantaleão de Siqueira Barbosa, pai do fundador de Pesqueira. Trata também do próprio Manuel José de Siqueira e sua fazenda Poço do Pesqueiro e dos chamados Vinte de Pesqueira;

Capítulo III: Trata do capitão-mor Antônio dos Santos Coelho da Silva, fundador da fazenda Jenipapo, e sua filhas. Trata também de seus genros (assim como Manuel de Siqueira) Domingos de Souza Leão e Francisco Xavier Paes de Melo Barreto;

Capítulo IV: Trata da primitiva política cimbrense, dos primeiros presidentes do Senado e seus juízes ordinários. Também fala dos prefeitos do município de Cimbres já autônomo, a partir de 1893 com André Bezerra do Rego Barros;

Capítulo V: Este capítulo é dedicados às igrejas de Pesqueira, menos à igreja de Cimbres;

Capítulo VI: Aqui Luís Wilson nos fala da família Brito, começando pelo Barão de Cimbres, passando por Carlos de Brito e sua esposa dona Yayá. Ele aproveita e nos dá importantes informações sobre os primórdios da fábrica Peixe, inclusive sobre os doces de dona Negu da Pitanga e sua filhas Dina Doceira, Emília e Maria Frecheiras;

Capítulo VII: Continua com a família Brito (Jurandir de Brito e outros). Trata também da administração de Pesqueira por um deles, o famoso “seu” Candinho;

Capítulo VIII: Zeferino Galvão, o maior expoente da cultura pesqueirense de todos os tempo, é o assunto desse capítulo;

Capítulo IX: Dedicado a José Araújo e sua família, bem como (evidentemente) à sua loja de 1890;

Capítulo X: Trata do tenente-coronel José do Rego Couto e seus filhos, entre eles o comendador José Didier;

Capítulo XI: André Bezerra do Rego Barros, o primeiro prefeito do município autônomo de Cimbres, e outros membros da mesma família;

Capítulo XII: Sobre o comerciante, conselheiro e historiador José de Almeida Maciel, seus alunos em Pesqueira e sua primeira professora dona Úrusual Cizelina;

Capítulo XIII: Sobre professores e estudantes de Pesqueira no começo o Século XX, a família Valença, Anísio, Alípio Galvão e outros;

Capítulo XIV: Trata dos velhos jornais de Pesqueira: O Serrano, A Tarde, Gazeta de Pesqueira e outros. O capítulo fala também sobre os antigos cinemas de Pesqueira;

Capítulo XV: O último capítulo do livro é dedicado a Dom José Antônio de Oliveira Lopes e outros bispos, o Colégio Diocesano e o Santa Dorotéia, bem como o Ginásio Cristo Rei.

Esse foi apenas o resumo sobre os principais assuntos, na verdade há muito mais. O espaço é curto para falarmos de tudo e, na verdade, essa não é a intenção. Para aproveitar tudo que essa obra de importância ímpar oferece, só a lendo por inteiro. Com certeza é uma experiência fascinante, pois a pesquisa de Luís Wilson foi rica e abrangente, muito enriquece o conhecimento de quem a lê. Aliás, trata-se de mais uma leitura obrigatória para quem quer conhecer a história de Cimbres e Pesqueira.

O livro enquanto estava sendo escrito chamava-se A Velha Fazenda Poço da Pesqueira (História de Algumas de Suas Famílias), mas o nome foi mudado antes do lançamento. É conveniente lembrar que esse título, Ararobá, Lendária e Eterna, virou um clássico popular. Mesmo quem nunca leu o livro, ouve esse nome ecoando até os dias de hoje.

Por Oliveira do Nascimento.
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Este artigo pertence ao Pesqueira Histórica.

Pesqueira e o Antigo Termo de Cimbres

Dentre as muitas publicações que abordam os aspectos históricos de Pequeira, este livro é  um dos básicos e obrigatórios. Básico não pela simplicidade, mas pela solidez das informações e pelo período que o autor conseguiu abranger. José de Almeida Maciel fala desde a época da chegada dos oratotianos em Monte Alegre até o período moderno da história pesqueirense (Século XIX). 
Capa do livro. Acervo particular.

Esse trabalho foi publicado em 1980, décadas depois da morte do autor, e na verdade se trata da reunião de vários artigos de jornais publicados originalmente nos ano 40 e 50. Esses artigos foram pesquisados, organizados, e preparados para a nova publicação por Gilvan de Almeida Maciel, filho de José de Almeida. Não sei se ali constam todos os artigos escritos por ele sobre o tema, mas Gilvan conseguiu reunir pelo menos os de maior relevância. A compilação compreende o volume I da trilogia Obras Completas de José de Almeida Maciel e foi publicado pelo Centro de Estudos de História Municipal como o número 9 de uma grande coleção que reúne obras de vários municípios de Pernambuco escritas por autores diversos.

O livro foi dividido em quatro partes: 

1ª Parte – Vila Nobre e Real de Cimbres. Os primórdios.
Como o título sugere, a primeira parte trata do começo de tudo, de como surgiu e como cresceu a Vila de Cimbres, famosa “mãe” da cidade de Pesqueira. Também são citados os políticos mais importantes da época. É apresentada a famosa palestra proferida por seu Cazuzinha na Sociedade Beneficente e Cultural Leão XIII, que contou com a presença de Dom Adelmo Machado, bispo da Diocese. Nos últimos capítulos dessa primeira parte, consta inclusive o curioso embate teórico entre o autor e o padre Públio Calado, os doi vivergiam em várias informações históricas e geográficas sobre Pesqueira e Cimbres. Como já conhecido na época, seu Cazuzinha era o vencedor, já que seu adversário expunha erros grosseiros demais, longe da razão e da realidade.
2ª Parte – Em Pesqueira. Fragmentos da história local.
Nessa parte estão reunidos em 8 capítulos os registros de fatos ocorridos a partir de 1821, com Pesqueira já funcionando na prática como sede do Termo de Cimbres. Entre eles as batalhas travadas entre Manuel José de Siqueira e Francisco Xavier Paes Barreto pela patente de capitão-mor. Os inventários de importantes famílias cibro-pesqueirenses também são apresentados.

3ª Parte – Ainda em Pesqueira.

Nos 13 capítulos são apresentados registros diversos sobre a administração e a política do município no Século XIX. Há ainda alguns registros já do Século XX, como o importante balanço da Pesqueira de 1949, dividido entre 141 quesitos, feito pelo IBGE.

4ª Parte – O Brejo.Velhos Caminhos. Algumas famílias.

A última parte é formada por 6 capítulos que registram fatos passados não exatamente em Cimbres, mas dentro dos limites do Termo. Em especial fala-se do Brejo da Madre de Deus, terra natal dos antepassados do autor.
Impressiona como seu Cazuzinha dominava o assunto. Embora encontremos alguns erros históricos hoje claros, tudo fica dentro do aceitável sabendo que os recursos para pesquisa naquela época eram ínfimos, além de que as atividades de pesquisador e escritor não eram para ele fonte de sobrevivência. Seu Cazuzinha era na verdade comerciante (dono da tradicional Loja Sant’Águeda) e ocupava seu tempo livre com os estudos sobre suas duas terras: Brejo da Madre de Deus, de onde viera sua familia, e Pesqueira, onde nasceu e cresceu.
A linguagem empregada na obra é fácil e atraente. Seu Cazuzinha escrevia bem, e o fato de não ser aquele um trabalho científico, torna o texto bastante leve e agradável, mas, todavia, carregado de valiosas informações. Esse é um dos livros que mereciam ser reeditados em Pesqueira, é essencial e obrigatório.
José de Almeida Maciel foi um dos homens mais importantes para a preservação da memória de Pesqueira (incluindo Cimbres). É admirável e comovente como se dedicou a algo tão grandioso, que demandava tanta paciência e suor, em troca apenas de compartilhar o seu conhecimento e perpetuar os fatos passados. É impossível também não destacar a importância de Gilva Maciel, que teve o cuidado, a paciência e o trabalho gigantesco de reunir e organizar toda a obra do pai para apresentá-la aos mais jovens. Não fosse ele, na melhor das hipóteses, o trabalho de seu Cazuzinha estaria mofado em alguma gaveta, senão perdido para sempre.

O livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal Luiz de Oliveira Neves, que fica na rua Cardeal Arcoverde, em Pesqueira, em frente à Cúria da Diocese.

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