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Foto: Renata Echeverria |
Na matéria postada em 30 de abril de 2011,
Casa Grande x Sobrado, foi abordada a dúvida sobre a autenticidade da casa grande da antiga fazenda Poço da Pesqueira. A questão foi causada pela falta de registros suficientes que atestem sobre qual construção na verdade desempenhou a função de sede da fazenda de Manuel José de Siqueira: se o prédio onde funciona a câmara dos vereadores ou o sobrado menor que fica ao lado.
A matéria foi apoiada principalmente na obra Anísio Galvão e Outras Notas para a História de Pesqueira, publicada em 1986 e de autoria de Luis Wilson. Não vou me estender sobre o livro, pois mais detalhes podem ser vistos na postagem já citada. Aliás, para uma melhor compreensão do caso, a leitura é obrigatória.
Depois de tudo que foi dito naquela ocasião, surgiu não um novo elemento, pois trata-se de registro em obra há muito usada e reusada em estudos sobre a história de Pernambuco. Estamos falando dos
Anais Pernambucanos de Pereira da Costa, precisamente do volume dez (FUNDARPE, 1985).
Na página 84 da publicação, tratando da antiga fazenda Poço da Pesqueira, o autor diz:
“Apagados desde muitos anos os vestígios da fazenda pastoril originária da cidade, restava apenas o grande e vistoso sobrado de vivenda de seus proprietários, que por fim foi comprado pelo governo da província ao coronel Pantaleão de Sequeira Cavalcanti, filho do velho capitão-mor Manuel José de Sequeira, pela quantia de 6:000$000, em virtude de autorização conferida pela Lei Provincial de 30 de julho de 1857, n. 431, do orçamento provincial, para servir de cadeia, fórum e casa da câmara municipal.”
Aqui são necessárias algumas observações. A primeira é que, na obra já citada, Luis Wilson não cita Pereira da Costa. Dá-me a impressão de que ele não conhecia esse trecho dos Anais Pernambucanos. Essa é a única explicação que me ocorre para a falta da análise desse importantíssimo registro por parte dele.
Pereira da Costa leva o termo
sobrado ao pé da letra (casa de dois pavimentos), por isso trata assim a casa da câmara, enquanto Luis Wilson e outros autores pesqueirenses, como Gilvan Maciel, atribuem o termo a construções de dois pavimentos, no entanto de menor tamanho, como é a construção vizinha da casa grande, na qual funcionou o Colégio Diocesano e a Gazeta de Pesqueira.
Sobre o Pantaleão de Sequeira Cavalcanti citado, trata-se na verdade do sobrinho do velho capitão, e não do filho. No entanto, ele era casado com a filha deste: Clara Franscisca de Siqueira Cavalcanti, que tornou-se a segunda esposa do primo.
A última observação diz respeito ao nome Sequeira. Segundo Pereira da Costa, era assim que Manuel José de Siqueira assinava, assunto que não vem ao caso no momento.
A dúvida sobre a casa grande pode ser vista também nesse texto da FUNDARPE, disponível em http://www.nacaocultural.pe.gov.br/decreto-casa-de-camara-e-cadeia-de-pesqueira, em 07/07/2011:
“… a Casa de Câmara e Cadeia de Pesqueira tem no térreo as dependências de uma cadeia, e no pavimento superior, as instalações da Câmara, embora historiadores tenham levantado a hipótese de que anteriormente, no local do edifício teria existido inicialmente a sede da Fazenda Poço, construída ao final do século XVIII ou início dos XIX, pelo Capitão Mor Manoel José Siqueira. “
É importante observar que o nome da fazenda não era “Poço”, como diz o texto da FUNDARPE, e sim “Poço Pesqueiro” ou “Poço da Pesqueira”. Outro, agora claro, equívoco é a citação da “hipótese” no mesmo texto. Já temos elementos mais que suficientes para afirmarmos que a casa grande é a mesma que está no local até os dias de hoje, por isso não há lógica em afirmar que havia qualquer outra construção no lugar.
Já está comprovado também que algumas reformas foram feitas no sobrado. É provável que a parte superior da parede frontal, no ponto onde encontra o telhado, tenha sido remodelada, bem como algumas modificações no que diz respeito às portas e janelas e também à parte interior, que com certeza precisou ser adaptada para o novo uso. Mas é só, a casa é a mesma.
Acredito agora que todas as fontes sobre o assunto tenham sido esgotadas. No entanto, se mais algum elemento surgir, o mesmo virá a publico nestas páginas.
Oliveira do Nascimento.

O capítulo II do livro de Luís Wilsom diz que Pantaleão era o pai de Manoel José de Siqueira, já o texto acima diz o contrário. Quem está certo?
Décio Steve de Lima
Estudante de História
Décio, primeiramente muito obrigado pela visita.
O pai de Manuel José de Siqueira era PANTALEÃO DE SIQUEIRA BARBOSA. O outro Pantaleão citado era PANTALEÃO DE SIQUEIRA CAVALCANTI, filho de Joaquim Inácio de Siqueira, que era outro filho de Pantaleão de Siqueira Barbosa. Ou seja, os dois Pantaleões eram avô e neto.
Sou Luiz Cavalcanti de moura.
Sou bisneto de Jacó de Siqueira Cavalcanti.
Acredito que Jacó, seja de 1890 até 1900.
porém não encontro grau de parentesco, com o pantaleão de Siqueira Cavalcanti
OBS: Na falta de delegados em Pesqueira na época, Jacó, assumia o cargo..
Creio que conste no livro de Arthur de Siqueira.